domingo, 1 de fevereiro de 2009

E se? - Primeiro post colaborativo

Ok... Alguns posts atras eu disse que se voce quisesse ter um artigo seu publicado aqui, era só enviar um e-mail para t.dragaoazul@gmail.com .
Então, meu grande amigo Yuji, nos mandou algo que eu colocarei aqui para vocês lerem. No mais, divirtam-se.

E se...
Olá, caros clientes desta celeste taverna (sei lá, celeste foi a primeira coisa que me veio à cabeça ligada a azul. Dragão azul, azul celeste... sacas?). Vencida a minha preguiça que me prendia desde a época do Natal eu finalmente venho aqui falar sobre um tema que me ocorreu tempos atrás: aventuras e campanhas do tipo “e se...?”
Mas, antes de começar a falar sobre isso, expliquemos, contando uma história (ei, eu sou um mestre, preciso fazer isso), de onde veio a idéia...

No RPG você pode

Desde que comecei a mexer com RPG (quem dera poder dizer que trabalho com RPG) eu digo uma coisa que para mim é a parte legal para os jogadores: no RPG você pode ser o que quiser. Um jogador de futebol que sonha jogar pela seleção do Azerbaijão, o homem-das-cavernas que inventou a palavra “oi”, o soldado romano que perfurou o peito de Cristo... sua imaginação (e a bondade do mestre) é o único limite.
- Ei, Elfo, mas se eu posso ser o que eu quiser, então eu também posso ser quem eu quiser, certo?
Yes, you can!
- Então eu quero ser Gandalf, o Cinzento!
Okay, mas você vai morrer em Moria...
- Mas por quê? Ç.ç

E se... Guerra Civil

Okay, depois de muitos anos com essa definição do que se pode ser no RPG, eis que no Natal passado eu baixe da internet uma edição da série E se... da Marvel Comics. Nela, Tony Stark via quais seriam as conseqüências na sociedade super-heróica se ele tivesse morrido antes da aprovação da Lei de Registro e se ele tivesse conseguido convencer o Capitão América a se registrar.
E é aí que o nosso tema entra.
Então você quer jogar como Gandalf, mas seu mestre diz que inevitavelmente você vai ter que morrer lutando contra o balrog de Moria, simplesmente porque está assim escrito n’A Sociedade do Anel. Mas se no RPG você pode ser o que quiser e ser quem quiser, então por que você não pode fazer o que quiser?
Pois é, esta é uma dica para mestres que não estão com nenhuma boa idéia pra próxima campanha. Que tal pegar aquele livro, game ou filme e colocar os jogadores controlando os personagens da trama (ou seus próprios personagens em substituição)?
Para mostrar como a liberdade de escolha do RPG pode criar algo completamente novo de uma história já pronta vamos ver o que aconteceu em duas simulações que fiz desse tipo.

Ei, Gandalf, onde está o anel que o Bilbo me deixou?!

Começamos o role-play logo após a festa de onzenta e um anos de Bilbo, no diálogo entre ele e Gandalf em Bolsão. Usando as estatísticas de jogo da Universo Fantástico de Tolkien #4 Bilbo acabou conseguindo deixar o Condado levando consigo o Um Anel (com um bem sucedido teste de Blefar contra Gandalf).
Na época da festa o caminho até Valfenda ainda era seguro, de modo que Bilbo chegou em segurança lá, levando o Anel. Anos mais tarde, Gandalf finalmente confirmou que o anel de Bilbo era o Um Anel, mas nisso eles estavam em Valfenda e não no Condado (onde Frodo, sem saber o porquê, era perseguido pelos Cavaleiros Negros).
Sem ir ao Condado falar com Frodo, Gandalf não encontrou Radagast perto de Bri e não foi avisado de que Saruman desejava vê-lo (e, portanto não foi aprisionado no alto de Orthanc).
Com o Anel já em Valfenda e os Cavaleiros Negros já agindo do outro lado do Baranduim, Elrond convoca o Conselho mais cedo e forma uma comitiva completamente diferente: Bilbo deve levar o Anel até a Montanha da Perdição para destruí-lo, Aragorn o acompanha, pois este é o grande momento de encarar seu destino, e Gandalf é escalado para liderar a Sociedade. Pronto! Gimli, Legolas e Boromir só chegariam em Valfenda semanas depois da comitiva partir. Outros seis indivíduos foram escolhidos para acompanhar Bilbo, três humanos e três elfos.
Sem saber que Saruman era um traidor, a comitiva tomou o caminho mais óbvio para o Sul, passando por Rohan. Ali, completamente desprevenidos, eles foram apanhados pelo exército de uruk-hai do mago branco. E daí pra frente os eventos só se distanciariam cada vez mais do livro.
Como você pode ver, um simples teste de Blefar permitiu ao mestre criar uma história quase que completamente nova da Saga do Anel.

Kai-oh-o-quê?!


Nesta usamos as fichas de Dragon Ball Z da Dragão Brasil #93.
Raditz chega à Terra em busca do irmão Kakaroto, mas antes de encontrá-lo ele se depara com Piccolo. O jogador, usando a vantagem Separação, consegue causar algum dano antes que Raditz detecte o poder de luta de Goku.
Já enfraquecido, Raditz, mais tarde, acabou não dando conta do poder combinado de Goku e Piccolo. Resultado? Goku não morreu e conseqüentemente não foi treinado pelo Sr. Kai-oh. Gohan foi treinado pelo pai, se tornando, ao final de um ano, muito mais fraco do que na saga orginal.
Vegeta e Nappa chegam ao planeta com o objetivo de dar uma lição no saiyajin rebelde (como Goku não morreu, Piccolo não citou as Esferas do Dragão para Raditz). Sem ter mais nenhum mestre na Terra que pudesse ensinar algo novo para Goku, este acabou não aumentando seus poderes de modo que pudesse, sequer, dar conta de Nappa.
Como resultado os Guerreiros Z foram massacrados e Vegeta e Freeza morreram de velhice sem nunca saber que poderiam se tornar imortais indo para Namekusei...

Concluindo

No final, o mestre sempre tem onde pegar uma campanha ou aventura pronta. Basta revirar aqueles livros que você ganhou de aniversário, o DVD (original, diga não à pirataria) daquele filme do raio que você viu no cinema ou aquela revista de videogame com o detonado de Chrono Trigger para Super Nintendo.
O resultado pode até não ser o melhor, mas certamente será interessante para os jogadores que conhecem a versão original e que começarão a imaginar em como podem corrigir as decisões mal tomadas pelos personagens originais.
Muita diversão, que Nimb role muitos críticos a todos e vida longa ao dragão!



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Ok. Após este eu tenho um último recado. Embora ele tenha nos dito "(orignal, diga não à pirataria)", devo lembrar que baixar quadrinhos da internet é pirataria. Então, sejam como este que vos fala e comprem suas revistas.

No fim, como sempre, se gostou, fale para seu amigo. Se não gostou fale para seu inimigo.

2 comentários:

Musashi disse...

Mimimimimimimimi eu não sou pirata, a questão de baixar quadrinhos pela internet é apenas uma forma de saber se a revista vale a pena ser comprada, por isso sempre digo, se baixou um quadrinho e gostou, o adquira, isso irá fazer com que as editoras que o produzem não parem com a linha de produção :B
E o artigo tá ótimo, uji \o

Alessandra disse...

Estou impressionada.

Parabéns pelo ótimo artigo Senhor Yuji.

E diga não à pirataria!